quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Livro de Romanos . O Evangelho da Graça , Cap, 1-4



Carta aos Romanos
Capítulo 1
1 ¶ Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus,
2  o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras,
3  com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi
4  e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor,
5  por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios,
6  de cujo número sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo.
7  A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
8 ¶ Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé.
9  Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós
10  em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos.
11  Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados,
12  isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha.
13  Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes, me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até agora, impedido), para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios.
14  Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes;
15  por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma.
16 ¶ Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego;
17  visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.
18  A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça;
19 ¶ porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
20  Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
21  porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
22  Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos
23  e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.
24  Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si;
25  pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!
26  Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza;
27  semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.
28  E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes,
29  cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores,
30  caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais,
31  insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia.
32  Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.
Capítulo 2
1 ¶ Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas.
2  Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais coisas.
3  Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus?
4  Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?
5  Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,
6  que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento:
7  a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade;
8  mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça.
9  Tribulação e angústia virão sobre a alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu primeiro e também ao grego;
10  glória, porém, e honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro e também ao grego.
11  Porque para com Deus não há acepção de pessoas.
12  Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados.

12  Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados.
13  Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
14  Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos.
15  Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se,
16  no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho.
17 ¶ Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
18  que conheces a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei;
19  que estás persuadido de que és guia dos cegos, luz dos que se encontram em trevas,
20  instrutor de ignorantes, mestre de crianças, tendo na lei a forma da sabedoria e da verdade;
21  tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
22  Dizes que não se deve cometer adultério e o cometes? Abominas os ídolos e lhes roubas os templos?
23  Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
24  Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa.
25  Porque a circuncisão tem valor se praticares a lei; se és, porém, transgressor da lei, a tua circuncisão já se tornou incircuncisão.
26  Se, pois, a incircuncisão observa os preceitos da lei, não será ela, porventura, considerada como circuncisão?
27  E, se aquele que é incircunciso por natureza cumpre a lei, certamente, ele te julgará a ti, que, não obstante a letra e a circuncisão, és transgressor da lei.
28  Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne.
29  Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.
Capítulo 3
1 ¶ Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?
2  Muita, sob todos os aspectos. Principalmente porque aos judeus foram confiados os oráculos de Deus.
3  E daí? Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus?
4  De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem, segundo está escrito: Para seres justificado nas tuas palavras e venhas a vencer quando fores julgado.
5  Mas, se a nossa injustiça traz a lume a justiça de Deus, que diremos? Porventura, será Deus injusto por aplicar a sua ira? (Falo como homem.)
6  Certo que não. Do contrário, como julgará Deus o mundo?
7  E, se por causa da minha mentira, fica em relevo a verdade de Deus para a sua glória, por que sou eu ainda condenado como pecador?
8  E por que não dizemos, como alguns, caluniosamente, afirmam que o fazemos: Pratiquemos males para que venham bens? A condenação destes é justa.
9  Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado;
10  como está escrito: Não há justo, nem um sequer,
11  não há quem entenda, não há quem busque a Deus;
12  todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.
13  A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios,
14  a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura;
15  são os seus pés velozes para derramar sangue,
16  nos seus caminhos, há destruição e miséria;
17  desconheceram o caminho da paz.
18  Não há temor de Deus diante de seus olhos.
19 ¶ Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus,
20  visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
21  Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;
22  justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção,
23  pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,
24  sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus,
25  a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;
26  tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.
27  Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé.
28  Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.
29  É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios,
30  visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso.
31  Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.
Capítulo 4
1 ¶ Que, pois, diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?
2  Porque, se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus.
3  Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
4  Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida.
5  Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.
6  E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras:
7  Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos;
8  bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado.
9 ¶ Vem, pois, esta bem-aventurança exclusivamente sobre os circuncisos ou também sobre os incircuncisos? Visto que dizemos: a fé foi imputada a Abraão para justiça.
10  Como, pois, lhe foi atribuída? Estando ele já circuncidado ou ainda incircunciso? Não no regime da circuncisão, e sim quando incircunciso.
11  E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso; para vir a ser o pai de todos os que crêem, embora não circuncidados, a fim de que lhes fosse imputada a justiça,
12  e pai da circuncisão, isto é, daqueles que não são apenas circuncisos, mas também andam nas pisadas da fé que teve Abraão, nosso pai, antes de ser circuncidado.
13  Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé.
14  Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa,
15  porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão.
16  Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós,
17 ¶ como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem.
18  Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19  E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara,
20  não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus,
21  estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera.
22  Pelo que isso lhe foi também imputado para justiça.
23 ¶ E não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta,
24  mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor,
25  o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.
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