PROFESSORES, permaneçam
firmes! ( Uma resposta ao artigo “PROFESSORES,
acordem” de Gustavo Ioschpe)
Não
me comove, pelo contrário, me leva a refletir e até em parte me constrange e me entristece o artigo escrito por Gustavo Ioschpe ( Professores , acordem)
publicado pela Revista Veja em maio de 2014 . Felizmente há muitas verdades
contidas nele. Valei-me jesus! O que isso meu deus ? Pra modi quê tudo isso? Recuso-me
a acreditar e concordar piamente com tal economista que ventura em suas
palavras EXPOR, nos expor, me expor a um tipo de “FARRANCHO” sem conhecimento total das realidades
educacionais em suas indagações, coisa que não pode ser levada
como verdade absoluta.
“A imagem que vocês vendem não é a
de profissionais competentes e comprometidos, mas a de coitadinhos, estropiados
e maltratados” (IOSCHPE, Gustavo, 2014) Ouso perguntar: quem
vende tal imagem? Os professores, os alunos, a escola, os governos ou PORFIADORES,
tais como as emissoras de televisão, as revistas, os jornais ou os sites sensacionalistas
que visam obter lucros em cima de nossos sonhos e necessidades de melhorias?
Porque cada ato, cada manifesto, cada greve é um prato cheio para quem vê tais
ações com olhares NEFASTOS e intencionais.
Não
me assusta saber que mais um, em meio a tantos outros, pensam que a educação é
um circo. Será que nós professores “Protagonistas desse palco”, somos então palhaços?
Atrevo-me a dizer que mesmo assim, a plateia ri e cresce em cultura e
conhecimento, até porque o circo é um lugar de diversão e envolvimento, e digo
mais, levado muito a sério pelos circenses. Não podemos tratar com indiferença
“o desrespeito pelo profissionalismo educacional”. Faz-me pensar como se o ENSINAR
fosse uma arte direcionada àqueles que não tem muitas opções na vida. Pelo
contrário, ensinar é a vida em arte. Temos sim profissionais extremamente
competentes e compromissados que prezam pelo bom ensino e pela boa reputação
educacional.
Vale ressaltar que tanto a valorização
profissional, quanto a formação continuada dos profissionais da educação como
consta na Lei
nº 101729 de janeiro de 2001 do Plano Nacional de Educação deve ser
encarada com seriedade por todos que almejam um ensino eficiente. Essa tarefa,
não é exclusiva de um poder, de um representante, de um professor, de um
economista, mas da sociedade em geral que almeja esse ensino de qualidade.
A melhoria na educação depende também até daqueles sujeitos que nunca ficaram
em uma sala de aula e nem tão pouco terão esta uma experiência. Porque se
houver contribuições positivas de tais pessoas, serão bem vindas, caso
contrário, como diz o ditado popular “Boca fechada...não entra mosca” nem sai besteira. Falar sobre a educação sem
nunca ter passado por uma sala de aula com 35 alunos num calor insuportável de
40 graus é o que dizer que sabe o que é passar fome sem nunca ter tido uma experiência
assim.
(Professores, acordem) Se DORMIR, conforme o dicionário
português é “ entrar ou estar em estado
de sono” “Adormecer” e SONO é repouso
total do corpo“ Falta de vontade de Agir, Moleza” , logo me vem em à mente a palavra INÉRCIA, o
estado da falta de ação do movimento. Mas, lutar pelos nossos direitos e sonhos
não significa estar acordado, em ação? Vejo que no fundo, o que querem mesmo é
nos injetar um sonífero que nos torne sensível e aceptível a qualquer proposta
que vem de cima e que a uma só voz todos digam: ASSIM SEJA! Não é isso que
queremos e nem é isso que somos.
Em relação aos quatro pontos mencionados por
IOSCHPE ouso indagar:
1-Sem
essa de vítimas. Somos sujeitos da transformação da nação brasileira que merecem
respeito e dignidade como qualquer cidadão e como qualquer outro profissional
competente. É uma questão de direito legal. Nosso papel é não aceitar derrotas.
2- Pelo que entendo de educação, as vivências
e experiências (empíricas ) tornam a educação um ensino de qualidade e está inserida dentro do próprio
PPP( Projeto Político Pedagógico) de qualquer unidade escolar. De onde vem mesmo
essa ideia que menosprezamos o empirismo? No que consta esse embasamento?
3- Pensei que expor a realidade nua e crua da
educação brasileira fosse um tipo de envolvimento para com a sociedade. Será
que estamos enganados por nos expor
tanto?
4- Quisera eu e todos os demais profissionais
da educação desse país tivessem salários
tão bons quanto o de muitos outros profissionais, até mesmo parecidos com o de
certos economistas. Obsessão é um tipo de perseguição da qual NÓS,
profissionais da educação e outros sofremos. Calar-nos, é o sonho de muitos que
vivem em suas vidas numa BAZÓFIA sem igual.
“O respeito da sociedade não virá
quando vocês tiverem um contracheque mais gordo. Virá se vocês começarem a
notar suas próprias carências e lutarem para saná-las, dando ao país o que
esperamos de vocês: educação de qualidade para nossos filhos”. (IOSCHPE,
Gustavo, 2014) Nosso respeito virá, quando nos respeitarem como cidadãos
dignos de puro respeito, porque isso é bom e faz bem. Afinal, colhe-se trigo
quando se planta trigo. Colhe respeito quem semeia respeito. Colhe educação
quando se investe em educação.
Raimundo Soares de Andrade é Coordenador
Pedagógico da Escola Eunice Souza dos Santos. E-mail: prrsoares@hotmail.com
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