Orquestra do Estado do Mato Grosso.
Artigo publicado no Jornal A Tribuna MT
Quando os músicos subiram ao palco e o soar da canção “É bem Mato Grosso” começou a ecoar sobre o clima delicioso da Praça Brasil, em Rondonópolis, no dia primeiro de agosto de 2013, me arrepiei. Um alarido repleto de alegria foi notório e a uma só voz o povo exclamou de diversas maneiras que isso era música de qualidade.
Com júbilo e desenvoltura, o trio da arte, simplicidade e harmonia (Pescuma, Claudinho e Henrique) envolveu como por um encanto a todos que nem ao menos os olhos piscavam, pois era justamente isso o que todos queriam ouvir: Virtuosidade! Quando o Maestro Leandro Carvalho, ergueu as mãos mágicas de sua regência, a multidão não se conteve.
O jeito foi deixar o sentimento sair do mais profundo do coração: gritar, chorar, aplaudir, suspirar. Quando os dedos dos músicos deslizaram sobre seus instrumentos esplendorosos, é como se um pedaço do céu, descesse a terra e Deus agisse com o toque do seu amor.
Não tem como explicar o quanto faz bem ao ser humano uma boa música executada e regida por boas mãos. A música tem poder de agir sem pedir autorização, mas quem deixa se aproximar dela, o efeito é mais profundo. Uma orquestra é uma reunião de vários instrumentos que se entrelaçam em timbres diferentes capazes de mostrar uma perfeita harmonia ensinando aos homens que a música é muito mais do que toques, sons e batidas.
Até mesmo uma pausa tem o efeito de provocar a sensação do relaxamento. Nesse encontro de mundo musical, os ritmos se unem e se fundem num grande elemento, onde no palco principal o velho se entrosa com o novo, o tradicional com o contemporâneo, o clássico com o popular, o assimétrico faz simetria e o cromatismo já não mais soa como estranho, porque é incorporado fazendo-se agradável ao ouvido.
Para quem apreciou a apresentação da “Orquestra do Estado do Mato Grosso”, com certeza, ganhou alguns pontinhos a mais no quesito “Cultura”. Como músico formado que sou, ouso me perguntar: Por que a música de boa qualidade está tão escassa? Vejo de forma geral, uma decadência em letra, estilo, ritmos e principalmente em harmonia.
Faz-se necessário que haja uma reflexão por arte-bela de nossos musicistas. Pensar nas contribuições que a música como cultura pode fazer é de grande valor. Desenvolver projetos e ações que alcancem o povo na sua totalidade provocando mudanças de atitudes é uma boa dica aos nossos governantes. Só me resta dizer: Foi muito bom. Parabéns a todos os organizadores pelo brilhante presente. Aqui estamos nós. Voltem sempre e recebam todo nosso carinho.
(*) Raimundo Soares de Andrade, formado em música pela UFPR, Curitiba-PR
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